Idéias Preconcebidas de como aprender a desenhar
Aqui na Quanta, estamos sempre na busca para aprimorar nossos cursos. Em nossas reuniões, tanto nossos professores quanto a coordenação tentam sempre encontrar melhores maneiras de passar um conceito ou uma técnica aos alunos. Queremos saber como e porque, muitas vezes, certas maneiras de transmitir informações não alcançam alguns alunos… A frase “este módulo de aulas precisa melhorar” é freqüentemente ouvida por aqui. Sempre evoluímos e aprendemos, por isso nunca estamos satisfeitos.
Sabemos como se deve estruturar um curso da maneira tradicional porque temos como base o molde de como outros cursos foram montados. Sabemos como normalmente se ensina anatomia, perspectiva, luz & sombra, composição… Sabemos qual a cronologia “correta” a ser obedecida para que as informações caminhem num crescendo… Desde a base de cada fundamento até cada passo que deve ser dado em termos de aprofundamento destes conhecimentos. Mas, na minha opinião, esta estrutura de método criou uma maneira um pouco engessada de se pensar um conteúdo programático de cursos de arte… Acho isso, porque ele separa demais as coisas, categoriza demais.
É uma estrutura que, em muitos casos, pensa cada fundamento do desenho, da pintura, da ilustração e por aí vai, como coisas completamente diferentes umas das outras… Anatomia não tem nada a ver com perspectiva, que não tem nada a ver com composição, que não tem nada a ver com luz e sombra, que não tem nada a ver com a anatomia e por aí vai. E isso, a meu ver, complica um pouco uma visão mais ampla de arte quando estamos aprendendo a desenhar.
Existe pelo menos uma centena de maneiras ortodoxas de estruturação de um curso de arte e, é claro, é complicado tentar fazer tudo isso de uma maneira diferente. Isso porque quando as pessoas chegam a uma escola de artes, já trazem consigo todo aquele manual técnico rígido de como se deve ensinar desenho… Ele está ali, aprendendo a desenhar, a pintar, a ilustrar, e sabe de antemão como uma escola deve fazer isso…
De que “matéria”, ou assunto se deve começar a aprender desenho, até onde este assunto deve ir, e também quando ele deve parar. Ele está aprendendo a desenhar e sabe exatamente como as academias e escolas de arte devem fazer isso. Sabe também o que interessa a ele aprender e o que não interessa. Quais são os assuntos realmente importantes e quais aqueles em que esta importância é questionável ou até nula.
O conhecimento em que ele baseia o fato de questionar a importância ou não de uma das “matérias” lecionadas, é tão falho e equivocado quanto por onde e como se começa ou termina um curso de desenho, pintura ou ilustração. E não estou querendo ser radical aqui.
Não estou dizendo que NÓS (Quanta) sabemos como fazer isso e por isso não queremos ser questionados, muito menos dizer que somos uma escola de artes que tem um método de ensino único, inovador, perfeito, irretocável!
O primeiro parágrafo deste texto já atesta nossa intenção de questionar e caminhar para uma melhora tanto do nosso método quanto do nosso conteúdo. O que quero dizer, é que, querendo ou não, todos temos que tomar decisões quando nos colocamos à frente de alguma coisa. Estas decisões podem ser erradas ou certas… O fato é que todas elas trazem conseqüências… Boas ou ruins. Resta a nós tomarmos estas decisões e ver no que vai dar! E a Quanta tomou algumas decisões.
Fim da parte I
Leia também: a parte II e a parte III (final)