Os anos de 1960 foram pra lá de criativos nos desenhos animados, nas histórias em quadrinhos e na TV norte-americana, com série clássicas com Túnel do Tempo, Terra de Gigantes, Star Trek, Perdidos no Espaço e tudo mais. Nas histórias em quadrinhos, a Marvel Comics chegava com uma legião de novos conceitos como Quarteto Fantástico, X-Men, Spider-Man, Thor, Iron Man e toda essa fase clássica.

Nos anos 1970 foi a época dos anti-heróis da Marvel, com Motoqueiro Fantasma, Luke Cage, Iron Fist, Punisher, toda a linha de terror com Werewolf By Night e tudo mais. Depois dessa fase, pelo menos nas histórias em quadrinhos de super-heróis, pouca coisa realmente interessante, criativa foi desenvolvida.. na minha opinião. Mas, de tempo em tempo, alguma coisa acontece e alguém cria algo diferente… e em setembro de 1985 a Marvel lançou um personagem de histórias em quadrinhos muito interessante… LONGSHOT.

Criado pela editora e escritora ANN NOCENTI e pelo mega-desenhista ARTHUR ADAMS, Longshot foi originalmente publicado como uma mini-série em 6 partes.. O conceito era muito interessante; Longshot é um ser humanoide, criado artificialmente e seu poder é desafiar as probabilidades.. ele tem “sorte”… tudo o que ele faz, por mais impossível que seja realizar, dá muito certo…. MAS… seu desejo deve ser puro.

Ele não consegue fazer nada impossível se o desejo dele seja calcado em inveja, raiva, vaidade ou coisa do tipo. Ele vem de um universo paralelo chamado de MOJOVERSE, e lá ele era um escravo… Não quero contar muito sobre esse personagem porque acho legal vocês irem atrás de descobrir mais sobre ele lendo a HQ.

Os roteiros das HQs de Ann Nocenti já são coisas que eu gosto muito. Gosto do jeito que ela escreve, como ela estrutura os personagens e também a linha narrativa, e essas histórias em quadrinhos do Longshot acho que ela mostra um de seus melhores trabalhos. A arte de Arthur Adams é algo à parte… Nessa época o trabalho dele ainda tinha um excesso de detalhes que não me agrada muito, hoje em dia ele limpou bem seu traço, mas, mesmo com esses excessos, a arte é linda.

As histórias em quadrinhos também sabem estragar as coisas… mesmo as coisas boas… Principalmente quando se vê as coisas de um jeito corporativo, e com o tempo a Marvel conseguiu estragar esse personagem tornando ele um X-Men.

Mas, em todo caso, acho um excelente material pra você conhecer!