Em nossa escola de desenho, temos também o outro tipo de aluno; aquele que chega até aqui já com uma personalidade gráfica própria, mas deseja aprimorar seus conhecimentos e técnica.
Dentro deste perfil, temos duas divisões básicas:

1 – O desenhista que construiu sua personalidade gráfica através do conhecimento técnico de desenho.

2 – E o que chegou a esta personalidade gráfica de maneira intuitiva.

Se os que chegaram a este resultado gráfico pela via intuitiva procuram nosso curso de desenho é porque, normalmente, já se convenceram de que o resultado intuitivo pode ser aprimorado pelo técnico. E os que construíram sua personalidade gráfica pela estrada técnica querem aprimorar seu conhecimento.
E aprimorar, muitas vezes significa dar alguns passos para trás… Voltar um pouco para conhecer melhor.

Geralmente os que já perceberam os benefícios do estudo técnico estão mais abertos a dar estes “passos para trás”… Já os que entram em nosso curso de desenho pela via intuitiva ficam preocupados com este tipo de proposta, por medo de perder suas características gráficas à medida que o curso de desenho progride.

Ambos desenvolveram vícios, adquiridos por soluções gráficas a que o desenhista já se convenceu como certos, ou se acostumou ou acomodou. Com o tempo, este tipo de desenhista também tende a esquecer ou passar por cima dos conhecimentos básicos de desenho, de estrutura ou mesmo de seu próprio trabalho, justamente porque já se convenceu de que sua maneira de desenhar lhe basta, e está certa.

Também para ambos nosso curso de desenho mantêm a preocupação de não engessar, ou prejudicar a manutenção das características da personalidade gráfica do desenhista, com o estudo mais rígido dos fundamentos do desenho.

Nosso curso de desenho propõe então um retorno às bases do desenho, ao estudo de estrutura.

Para aquele que criou sua personalidade gráfica de maneira intuitiva, instintiva, este estudo é altamente proveitoso, porque ajuda o artista a entender de maneira consciente como sua personalidade gráfica funciona. Como ele estrutura sua figura. E entendendo sua própria linguagem, o caminho é levar este estilo, esta linguagem a um avanço significativo. Por isso é importante ele se propor ao retornar do estudo da base. Então, a intenção não é afastá-lo de sua personalidade gráfica própria, ou modificá-la, mas sim voltar à base para entendê-la melhor.

Acima você pode ver o trabalho do mestre ANDREW LOOMIS. Fique atento às estruturas de sua forma. Tudo é estrutura. Muitos se acham “avançados demais” para o estudo da base. Isso porque essas pessoas entendem que aprender a “base” é coisa para “iniciante”, o que eles não entendem é que base é a fundação da estrutura… é um conjunto de técnicas e informações que levam a um conhecimento embasado e muito profundo do que seja desenhar.

É muito importante para nós que nossos alunos do curso de desenho entendam melhor porque o conhecimento da estrutura define boa parte das características de seu estilo. Se eles se permitem isso, compreenderão melhor e mais profundamente sua personalidade gráfica.

Em nossa escola de desenho, portanto, essa “interferência” tem como objetivo quebrar vícios que a própria definição, ou estrutura da personalidade gráfica do aluno possui, e que, em muitos sentidos, são as bases primordiais e definidoras dessa personalidade gráfica. E, muitas vezes, precisamos reestruturar essas bases… O que, muitas vezes pode levar a uma “destruição” do estilo para depois reestruturá-lo de forma muito mais consistente.

Então, um recado para os que desejam evoluir em seu desenho, se dediquem ao estudo de estrutura e acabamento. Mesmo que já tenham um estilo… E se ainda não têm um, considerem o estudo como uma das formas de chegar até esse estilo.

Veja os exemplos acima… Você pode observar três maneiras diferentes de se interpretar um personagem graficamente. As três maneiras possuem estrutura e acabamentos diferentes, intenções gráficas diferentes. É aqui que o desenho fica divertido… Quando o artista consegue criar um universo gráfico, com suas próprias leis e regras gráficas.

Pense nisso.
Estamos aqui para ajudá-los nesse caminho, se desejarem!

Leia as partes III e III

Texto escrito por:

Marcelo Campos - Diretor